quarta-feira, 19 de junho de 2013

“É preciso desestimular o uso do carro”, diz especilista em transportes


Foto: Nelson Antoine / Fotoarena
Segundo o professor de Transporte Urbano da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Orlando Strambi, é preciso desestimular o uso do carro para diminuir os engarrafamentos nas grandes cidades brasileiras. ”Em uma faixa de 3,5 metros de largura transitam 1,3 mil carros, 4 mil ciclistas e 13,5 mil ônibus por hora.” A redução do espaço utilizado por eles nas cidades foi uma das ideias apresentadas por Strambi.
A implantação de ônibus de alta capacidade e desempenho, os BRT’s  (Bus Rapit Transit), estão entre as medidas que precisam ser adotadas para a melhoria do tráfego. De acordo com ele, os BRT’s são mais baratos que os Veículos Leve Sobre Trilhos (VLT’s) e operam em uma capacidade maior.
“Corredores de ônibus são mais baratos e atingem mais ou menos 15 mil passageiros/hora e custam menos, em média, 10 a 15 milhões de dólares. E quando chegam a 30 milhões, os projetos abrangem melhorias urbanas.” O uso do espaço viário exclusivo é o principal atributo de um sistema BRT de alto desempenho.
Para o professor da USP, o BRT’s seria a melhor opção em detrimento até do metrô. “Será que o metrô é a panaceia que resolverá todos os problemas? Metrô custa caro e demora para implantar.” “É preciso sinergia de todos os outros transportes”, disse.
Ele explicou que os brasileiros são referencias na aérea de BRT e em cidades como Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ), o sistema tem sido elogiado.
Pedestres e ciclistas
É fundamental o estímulo aos pedestres e ao uso de transportes não motorizados, como as bicicletas, o que a aumentaria a qualidade de vida das populações, a curto prazo, conforme Orlando Strambi.
“O que fazer para estimular o transporte não motorizado? Em Bogotá (Colômbia), além do BRT que se tornou referência no mundial, foi criado um espaço exclusivo para caminhar e andar de bicicleta. É uma cidade transformada. Em Londres tem uma ponte para pedestres e 1/3 do deslocamento da população de São Paulo, ida e volta, é feita a pé.” “Temos que cuidar dos pedestres e ciclistas.”
Em São Paulo, conforme o professor, o sistema de bicicletas públicas ainda é restrito e citou o modelo mais famoso do mundo, que é o de Paris, na França. Outro exemplo de investimento, de transporte alternativo, é na China que está com um plano de ter entre 30mil a 50 mil bicicletas públicas para atender a população e melhorar o tráfego no país.
Strombi argumentou que é preciso pensar a necessidade de priorizar o trajeto casa-trabalho. ”A população pobre mora em áreas longe dos seus empregos. É hora de pensar diferente. O transporte molda as cidades.”
Agência T1, Por Bruna Yunes

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