segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Em 3 anos, SP perdeu 1 em cada 4 fretados


Restrições e exigência de troca de veículos fizeram cair para 4,5 mil a frota diária.
Sindicato diz que o serviço perdeu 70 mil passageiros. Foto: Werther Santana/AE
Três anos depois do início das restrições na região central de São Paulo e da exigência de troca de parte da frota, um quarto dos fretados deixou as ruas da capital.
Eram cerca de 6 mil circulando diariamente pela cidade em 2009. Hoje, não passam de 4,5 mil, segundo o Sindicato das Empresas de Transporte por Fretamento (Transfretur).
Na época, a Prefeitura chamou os fretados de “táxis de luxo”, que competiam com o transporte público, e afirmou que a restrição em uma área de 70 km² melhoraria o trânsito.
Com isso, ônibus que deixavam os passageiros na porta das empresas tiveram de passar a fazer o desembarque em estações do metrô – Brás, Barra Funda e Imigrantes.
O administrador de empresas Antonio Mantovani, de 56 anos, até tentou manter a comodidade. “Aumentou meu custo e era um desgaste à toa. Resolvi parar com a maratona do transporte público e pagar garagem. Agora, só venho de carro”, diz.
Segundo o Transfretur, muitos tiveram a mesma decisão. “Em 2009, tínhamos 370 mil pessoas usando fretados. Hoje, são cerca de 300 mil. Quem saiu do fretado foi para o carro”, diz o diretor executivo da Transfretur, Jorge Miguel dos Santos.
A Prefeitura, no entanto, afirma que o trânsito melhorou. Segundo dados da Secretaria dos Transportes, em 2008, antes da restrição, a média de lentidão foi de 89 km no período da manhã e de 129 km à tarde.
No ano passado, foram 80 km e 108 km, respectivamente. Nesse período, porém, além dos fretados, também houve restrições a caminhões na cidade.
A administração municipal afirma ainda que na Avenida Paulista, onde se concentravam muitas linhas de fretados, a velocidade média dos ônibus comuns no pico da manhã passou de 11,69 km/h para 17,12 km/h.
Crítica
Para o consultor e engenheiro de tráfego Horácio Figueira, a Prefeitura errou ao restringir essa alternativa. Para ele, quem está acostumado a ir sentado, no ar-condicionado, saindo da porta de casa e chegando diretamente ao destino, só trocaria o carro por algo parecido. “O fretado é uma alternativa para tirar carros da rua e a cidade não gastaria nada com isso”, afirma.
No ano que vem, termina o prazo para que veículos com mais de 15 anos saiam das ruas. O sindicato estima que pelo menos mais 700 deixem de circular. De acordo com a Associação das Micro, Pequenas e Médias Empresas de Fretamento (Assofresp), com as restrições impostas pela Prefeitura, 30% das companhias de até médio porte fecharam.
Fonte: O Estado de S. Paulo, Por Artur Rodrigues

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