sexta-feira, 28 de março de 2014

Auditoria deve determinar lucro das empresas, nova tarifa e dar bases para edital de licitação

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Ônibus em São Paulo. Prefeitura diz que Ernest & Young deve fazer trabalhos para deixar mais transparentes as planilhas do sistema de transportes. Edital de licitação só deve ser elaborado depois da auditoria e prazo pode ser prolongado. Foto: Adamo Bazani
Auditoria nos transportes pode ser prolongada e licitação dos transportes atrasar
Empresa de consultoria Ernest & Young deve entregar os trabalhos até julho, mas prazo pode ser de um ano. Trabalhos vão levar em consideração a qualidade dos serviços
ADAMO BAZANI – CBN
TALES MAURÍCIO – CBN
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o secretário municipal de transportes, Jilmar Tatto, apresentaram na manhã desta quinta-feira, dia 27 de março de 2014, os principais pontos previstos para o trabalho de auditoria da empresa Ernest & Young sobre o sistema de ônibus na Capital Paulista.
A auditoria vai dar bases para o poder municipal definir tarifas, integrações, formas de remuneração às empresas e cooperativas de transportes e também para o edital de licitação para o sistema.
A licitação deveria ser realizada no ano passado, quando venceram os contratos assinados em 2003 com as viações e as cooperativas.
O modelo de edital concentraria os serviços das concessionárias – empresas, em três SPEs – Sociedade de Propósito Específica e no caso das lotações, aumentaria o número de bases de cooperativas para onze ou treze grupos.
O processo licitatório foi suspenso depois da série de manifestações contra os valores das tarifas e a má qualidade dos serviços em São Paulo.
A nova licitação só deve ser realizada depois da conclusão dos trabalhos da Ernest & Young. Inicialmente, o prazo previsto é julho, mas o prefeito Fernando Haddad disse que os trabalhos podem ser prorrogados por até 12 meses.
Para ele, o importante é que o trabalho seja bem feito e tenha bons resultados.
Mas isso deve fazer com que a licitação atrase mais ainda. Os contratos com as empresas devem ser de 15 anos e das cooperativas de sete anos.
A auditoria deve ter diversas etapas. Entre as principais estão o “Diagnóstico de Procedimentos Contábeis”, “Verificação das Despesas e Investimentos”, “Taxa de Retorno para as empresas e cooperativas” e “Qualidade de Serviço”.
Isso deve determinar a lucratividade das operadoras de ônibus.
Segundo o secretário municipal de transportes, Jilmar Tatto, até o momento, nem a CPI dos Transportes e nem a prefeitura descobriram uma “suposta caixa-preta” das empresas de ônibus e cooperativas da cidade. Ele disse, no entanto, que os trabalhos devem ampliar as análises sobre os recursos do sistema e buscar transparência, já que há muitas dúvidas sobre as planilhas dos serviços de transportes coletivos.
Tatto afirmou que em 2003, quando era secretário de transportes na época de Marta Suplicy, as principais dúvidas eram em relação ao que era pago às empresas e cooperativas e hoje são em relação ao que é arrecadado.
O prefeito Fernando Haddad disse também que, dependendo do resultado dos trabalhos, pode haver readequações do valor da tarifa, reduzindo ou aumentando o que os passageiros hoje pagam nas catracas.
A licitação e a remuneração das empresas serão baseadas num relatório final da Ernest & Young.

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