quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Eletra, de São Bernardo do Campo, apresenta o E-Bus, com 80% de itens nacionais

São Paulo - Ainda que a bateria, o principal componente do veículo, seja importada, os demais componentes, entre painéis, chassis e motor, foram desenvolvido no Brasil. Com índice de nacionalização superior a 80%, começa a circular nas próximas semanas nas ruas de São Paulo aquele que é considerado o primeiro ônibus elétrico nacional. Fruto de um projeto experimental que conta com a parceria da Mitsubishi, o E-Bus é a aposta da montadora de ônibus Eletra para abrir as portas da produção nacional de veículos verdes de elevada capacidade de passageiros e quebrar paradigmas em relação à imagem dos ônibus barulhentos e poluentes movidos à diesel.
Um ano após o nascimento do projeto, o veículo articulado com 18 metros de comprimento e capacidade para 150 passageiros, que começou a ser montado há cinco meses, será entregue à concessionária Metra na operação do trecho de 12 quilômetros do Corredor ABD (Diadema-Brooklin). De hoje até a primeira quinzena de dezembro, o elétrico será testado no trecho com lastros que simulam as quase 10 toneladas de passageiros que serão transportadas. No período também serão avaliados os pontos de recarga rápida em instalação nos dois extremos da linha, na qual cinco minutos de carregamento já são suficientes para uma autonomia de 12 quilômetros. Após os testes de certificação, ele entrará em circulação regular.
"A gente tem outros setores que estão interessados em veículos como esse, mas é preciso partirmos de um projeto inicial e bem executado como esse. É a primeira vez que um ônibus nacional elétrico vai circular no país. O desafio de agora em diante é produzir a bateria aqui. A Mitsubishi (Heavy Industries, subsidiária responsável pela parceria) já considera essa possibilidade, mas ainda há alguns desafios", explica Iêda Maria Oliveira, gerente comercial da Eletra. Sem produção nacional de baterias, o E-Bus conta com três toneladas (ou 20% do peso total do veículo) de baterias importadas, que chegam 300% mais caras em relação ao valor de custo devido ao câmbio e impostos.
Com um portfólio de veículos híbridos e trólebus, a Eletra, que é sediada em São Bernardo do Campo, diz que ainda não é possível estimar o custo do elétrico. Hoje, um híbrido ou trólebus da empresa está na casa de R$ 1 milhão. Mercedes-Benz (chassis), Induscar/Caio (carroceria) e WEG (motor elétrico) são outras empresas que participam desse projeto.
Com baixo nível de ruído e sem fumaça, o elétrico é uma opção para melhorar os sobrecarregados corredores de ônibus. "Ele é fundamental para mudar esse conceito e transformar o entorno de um corredor em um lugar mais agradável".

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