segunda-feira, 17 de abril de 2017

PSDB é um shopping center de corrupção

Serra, Paulo Preto e Kassab são o Iguatemi da roubalheira!

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Por Mario Cesar Carvalho, na Fel-lha:
Do Conversa Afiada

Delação aponta fraudes em 4 obras em São Paulo e envolve Serra e Kassab


O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) costumava dizer que o túnel que Gilberto Kassab (PSD) planejava construir em 2009 na avenida Roberto Marinho, uma obra de R$ 2,3 bilhões, era "um shopping center da corrupção".

"Shopping" no sentido de que havia ali de tudo: suspeita de superfaturamento, cartel, pagamentos antecipados e alteração no projeto para favorecer empreiteiras.

A delação da Odebrecht aponta que em pelo menos um ponto Haddad tinha razão. A obra foi direcionada para a empreiteira, segundo o ex-diretor da Odebrecht Carlos Armando Paschoal: esse tipo de obra era uma especialidade da construtora.

Outras grandes obras, sobre as quais havia suspeitas de corrupção, aparecem na delação da empreiteira, como a linha 2-verde do Metrô, o Rodoanel e a Arena Corinthians. Nas quatro obras, os pagamentos ilícitos da Odebrecht somam R$ 32 milhões. O maior deles, de R$ 17,9 milhões, foi pago na obra do Metrô. 

Na linha 2-verde do Metrô, um contrato de 1991 foi usado para retomar a obra em 2006, contrariando a lei que determina que um contrato público vale por cinco anos.

A Odebrecht diz que conseguiu reativar o negócio pagando R$ 10 milhões ao então presidente do Metrô, Luiz Carlos Frayse David, e R$ 3 milhões para dois diretores da companhia, Sérgio Brasil e Décio Tambeli. 

A obra ficou ficou R$ 37,7 milhões mais cara na retomada. Um suposto representante dos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, Luiz Carlos Ferreira, levou R$ 275 mil, segundo os delatores, para que o órgão não apontasse problemas. José Serra (PSDB) recebeu R$ 4,6 milhões nesse contrato, segundo o delator Fábio Gandolfo. 

No trecho sul do Rodoanel, Benedicto Júnior, ex-presidente da construtora, disse que houve divisão de obras entre 12 empreiteiras, o que pode caracterizar fraude à licitação e cartel. Então governador, Serra, recebeu R$ 14,2 milhões, dos quais R$ 3 milhões teriam sido pagos à campanha de Kassab à Prefeitura de São Paulo em 2008. Serra e Kassab negam qualquer irregularidade. 

Houve propina no Rodoanel até quando o preço da obra foi reduzido, segundo a delação da Odebrecht. O autor do pedido foi um diretor do Dersa, Paulo Vieira Souza, conhecido como Paulo Preto. Ele pediu 0,75% do valor dos contratos de R$ 3,6 bilhões, o que equivale a cerca de R$ 27 milhões. 

A Odebrecht diz ter depositado a parte dela, de R$ 2,2 milhões, na conta na Suíça de um lobista ligado ao PSDB, José Amaro Pinto Ramos. Outros R$ 4 milhões foram pagos na conta desse mesmo lobista, a favor de Serra, segundo Pedro Novis, ex-presidente da empreiteira.

O túnel da avenida Roberto Marinho mostra como a Odebrecht não fazia distinção entre caixa dois e propina, um crime mais grave. Antes de a obra começar, Paulo Preto a citou ao pedir R$ 2 milhões de propina à Odebrecht.

Carlos Alexandre Paschoal diz que a empresa não aceitou a antecipação porque já havia dado R$ 3,4 milhões para a campanha de Kassab em 2008, via caixa dois. O caixa dois em campanha podia servir para compensar propina.

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