terça-feira, 25 de abril de 2017

Corredor de ônibus incompleto abriga moradores de rua e acumula lixo na Grande São Paulo


Corredor de ônibus CarapicuíbaMoradores de rua tomaram conta de parada que não está em funcionamento ainda. Falta de segurança é preocupação


Trecho em Carapicuíba, próximo ao Fórum e ao Rodoanel, causa transtornos para moradores e comerciantes. Ônibus ainda trafegam pelo lado direito da Via
ADAMO BAZANI
Diário do Transporte
O corredor de ônibus metropolitano entre Itapevi, na Região Metropolitana, e a capital paulista, deveria ter sido concluído plenamente em 2014, de acordo com a primeira previsão da EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, gerenciadora das linhas intermunicipais e responsável pela obra.
Atrasada, a obra deve começar a ser entregue até o final deste ano, mas o último trecho, entre o Km 21 Osasco e a Vila Yara, no limite entre as cidades de Osasco e São Paulo, terá a licitação publicada apenas em novembro deste ano.
Além de contingenciamento de recursos por causa da crise econômica, problemas com as construtoras Villanova e EMPARSANCO, no trecho entre Itapevi e Jandira, que ocorreram em 2013 e 2014, atrasaram mais ainda os cronogramas.
Enquanto isso, moradores, comerciantes, passageiros e até mesmo motoristas que estão nos carros sofrem com os transtornos, não apenas das obras em si, mas do estado em que se encontram os canteiros em diversos trechos.
O leitor do Diário do Transporte, Paulo Gil, por exemplo, reclama da situação do trecho nas proximidades do Fórum de Carapicuíba e do Rodoanel. De acordo com imagens do leitor, feitas no último final de semana, algumas paradas que deveriam receber os passageiros e os ônibus estão abandonadas e viraram ponto de habitação de moradores de rua.
Pela internet, o morador das proximidades Rosivaldo Silva Santos Amorim afirmou ao Diário do Transporte que, além de moradores de rua, os canteiros das obras do corredor de ônibus também viraram ponto de consumidores de entorpecentes.
“A região aqui já é violenta, agora com esta obra incompleta, temos medo de passar a noite pelo local, sem contar que está tudo pichado”

Em nota ao Diário do Transporte, a EMTU admite o problema, mas diz que não está de braços cruzados e que constantemente são realizadas ações para retirar os moradores de rua. Nova operação está programada para os próximos dias.
Quanto aos moradores de rua que estão alojados nas paradas, informamos que por três vezes a EMTU/SP em companhia da Guarda Municipal retirou os invasores que, invariavelmente, retornam ao local. Uma nova operação está sendo programada com a participação da EMTU/SP, da Guarda Municipal e da Secretaria Municipal da Assistência Social da região, para tentar resolver a situação.
A gerenciadora informa também o novo cronograma para conclusão das obras:
A EMTU informa que o Corredor Itapevi/São Paulo foi dividido, em seu projeto, em quatro trechos.
  • 1º trecho – obras retomadas em novembro 2015 com previsão de entrega até o final de 2017. Este trecho compreende 5 km entre as cidades de Itapevi e Jandira.
Início da obra abril 2011. Em março de 2013 a EMTU rescindiu Unilateralmente o contrato por ineficiência do Consórcio liderado pela construtora Villanova.
Nova contratação em Novembro/2013, contrato encerrado por abandono de obra pela EMPARSANCO em Novembro/2014. Uma nova licitação foi feita e a empresa ENPAVI e tem prazo até o final de 2017 para entregar o trecho, que está com 65% do viário pronto.
  • 2º trecho: Trecho Jandira-Carapicuíba, de 8,8 km, incluindo o Terminal Carapicuíba, uma Estação de Transferência e nove  Estações de Embarque e Desembarque. A obra está com 90% do sistema viário pronto e 46% do Terminal Carapicuíba. O viário deste trecho está previsto para ser entregue no final de 2017, com exceção das paradas e do terminal que vai passar por uma nova licitação e devem ser entregues no final de 2018.
  • 3º trecho –: Trecho Carapicuíba – Osasco (Terminal – km 21), com 2,2 km de extensão, terá duas estações de embarque e o terminal Km 21 . O terminal está com 90% da obra pronta e deve ser entregue no final do próximo mês de junho.
  • 4º trecho –  Trecho Osasco km 21 – Vila Yara (divisa Osasco-SP). Terá 7,6 km de extensão e contará com um Terminal de Integração (Vila Yara) e 10 estações de embarque. Os projetos básico e executivo já foram concluídos
A licitação para contratação das obras Osasco – Vila Yara deve ser publicada em novembro de 2017.
Características: 23,6 km de extensão, irá do futuro Terminal Itapevi (junto à Estação da CPTM), até o terminal Vila Yara (na divisa entre Osasco e São Paulo). O objetivo do Corredor Metropolitano é integrar os sistemas de transporte por ônibus às estações de trem das cidades da região e também ao metrô, a partir da estação Butantã da Linha 4. Investimento total: R$ 457 milhões.

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