sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Metrô perde quase 60% de investimentos em manutenção e operação nos últimos dois anos

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Levantamento foi baseado em informações orçamentárias da própria empresa
ADAMO BAZANI
Enquanto passageiros encontram dificuldades para se movimentar na capital e na grande São Paulo e enfrentam diariamente os mais variados problemas nas linhas do metrô, como panes, os investimentos para manutenção de linhas, trens e estações e para modernização caíram quase 60% entre 2014 e 2016.
O levantamento foi publicado pelo jornal Folha de São Paulo e teve base nas informações orçamentárias do próprio metrô.
No ano de 2014, foram investidos R$ 409 milhões na recapacitação e modernização de 4 linhas públicas da empresa (1 – Azul, 2 – Verde , 3 – Vermelhas, 5 –lilás. A linha 4 – Amarela é privada.
Em 2015, os investimentos caíram para R$ 206 milhões e, em 2016, não passaram de R$ 168 milhões.
Assim, entre 2014 e 2016, os investimentos em modernização tiveram queda de 59%.
Já os recursos para operação caíram entre 2014 e 2016, 57%.
Em 2014, foram investidos R$ 110 milhões, em 2015, R$ 56 milhões e, em 2016, R$ 47 milhões. A linha 5 – Lilás teve a maior queda de investimentos, que passaram de R$ 6 milhões em 2014 para R$ 844 mil em 2016, baixa de 86%.
INVESTIMENTOS POR LINHAS
Modernização:
Linha 1- Azul:  R$ 136 milhões -2014 / R$ 110 milhões – 2015 / R$ 94 milhões – 2016
Linha 2- Verde: R$ 41 milhões – 2014 / R$ 18 milhões – 2015 / R$ 9 milhões -2016
Linha 3 – Vermelha: R$ 227 milhões – 2014 / R$ 77 milhões – 2015 / R$ 64 milhões – 2016
Linha 5 – Lilás: R$ 6 milhões – 2014 / R$ 1,3 milhão – 2015 / R$ 844 mil – 2016
O Metrô, como resposta, disse que a reportagem partiu de um “pressuposto equivocado”.
Segundo a companhia, “com a melhoria do sistema e aquisição implantação de novos equipamentos, a necessidade de investimentos nas áreas é cada vez menor. Não faz sentido achar que a cada ano o investimento deverá ser maior sem entender o cronograma de implantações e de investimentos”. A empresa ainda afirmou que os gastos com operação e recapacitação a modernização das linhas incluem “investimentos como aquisição de novos trens e modernização, sendo que maior parte desse planejamento já foi cumprido”.
O metrô ainda afirma que respeitar dotação orçamentária do Estado e que segue um planejamento anual.
A situação financeira neste ano deve ser pior ainda, isso porque além da crise econômica e a consequente redução nos valores de investimentos previstos no Orçamento do Estado, por decisão política, para acompanhar seu afilhado político o prefeito João Doria, que congelou as tarifas dos ônibus municipais em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin também decidiu congelar as tarifas unitárias do metrô e da CPTM. Os aumentos ds tarifas integradas com os ônibus e dos bilhetes temporais que subiram duas vezes mais que inflação estão barrados pela justiça.
Apesar de estatal, o Metrô se mantém com a receita tarifária, diferentemente da CPTM que precisa de subsídios de mais de R$ 1 bilhão por ano. Assim, se cai a arrecadação com a tarifa no Metrô, caem também os recursos previstos para serem aplicados nas linhas

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