quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Apenas 1/4 da população de São Paulo mora a menos de 1 km de estações de BRT, trem e metrô, diz ITDP e WRI Brasil

Enquanto BRTs, CPTM e Metrô não são ampliados, transporte por ônibus de menor capacidade deve ser melhoradoEnquanto BRTs, CPTM e Metrô não são ampliados, transporte por ônibus de menor capacidade deve ser melhorado

 Diário do Transporte
Cálculo não leva em conta os corredores de ônibus da capital paulista que não são BRT, estruturas que possuem maior capacidade de atendimento e oferecem mais velocidade para os coletivos. Monotrilho também foi descartado
ADAMO BAZANI
A maior parte dos passageiros de transporte público na cidade de São Paulo mora na periferia e não dispõe perto de casa de sistemas de transportes mais eficientes de média e alta capacidade.
É o que conclui um estudo denominado PNT, da sigla inglês, People Near Transport feito pelo ITDP Brasil – Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento e pelo WRI Brasil Cidades Sustentáveis.
No caso da capital paulista, não foram considerados os corredores de ônibus porque na prática eles não são exclusivos para o transporte coletivo, admitido, por exemplo, táxis, carros aos fins de semana e muitas vezes delimitados apenas por faixas pintadas no solo, possibilitando invasão de carros particulares e motos.
Na cidade de São Paulo, existe apenas um BRT –  Bus Rapid Transit, sistema que permite maior eficiência dos ônibus com mais capacidade de atendimento e velocidade, que é o Expresso Tiradentes, na região da Avenida do Estado, cuja velocidade média, de acordo com dados da própria Prefeitura de São Paulo, chega a 47 quilômetros por hora nos horários de pico da manhã. Relembre em:https://diariodotransporte.com.br/2016/08/03/velocidade-media-dos-onibus-mostra-que-sao-paulo-precisa-de-brt/
Foram consideradas as estações de trem e de metrô.
O monotrilho da linha 15-Prata, cuja extensão é de 2,9 quilômetros e não funciona no horário total do transporte público, operando apenas das 6h às 22h, com intervalo de até 20 minutos, também não foi considerado no levantamento por ter horário e extensão limitados, não se enquadrando nas exigências técnicas do estudo.
No Rio de Janeiro, por exemplo, onde houve investimentos em BRT – Bus Rapid Transit e VLT – Veículo Leve sobre Trilhos, o índice de pessoas que moram perto de estações é de 47%. Já na Cidade do México, que conta com maior malha de Metrô e linhas de BRT, o índice é de 48%.
De acordo com o ITDP Brasil e a WRI Brasil, a distância em São Paulo das moradias em relação às estações de trem, metrô e de sistemas de ônibus com maior capacidade pode induzir mais pessoas a utilizarem os veículos particulares, prejudicando o trânsito e aumentando a poluição.
Outro aspecto fundamental é que enquanto não cresce a malha de metrô e de trem (modal quase desprezado no planejamento urbano) e de corredores de ônibus BRT, deve haver uma melhoria na prestação dos serviços de micro-ônibus e ônibus alimentadores de grandes sistemas, que hoje são os únicos meios de transporte público que conseguem acessar as áreas com menos infraestrutura e maior distância das áreas centrais de São Paulo.
Adamo Bazani, jornalista especializada em transportes

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