quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Maioria dos brasileiros se desloca de ônibus. Em seguida, são as viagens a pé

ônibus
Ônibus é o principal meio de transporte do brasileiro. Se houvesse maior oferta e confiabilidade, mais pessoas deixariam o carro em casa, aponta pesquisa. Foto: Adamo Bazani
Pesquisa da CNI/Ibope ainda mostra que as pessoas usam o ônibus por serem o único meio disponível ou por terem o preço mais razoável
ADAMO BAZANI
Blog Ponto de Ônibus
O Brasil anda de ônibus. A constatação é de uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria – CNI, encomendada ao Ibope, e confirma os resultados de outros estudos que já tinham mostrado o ônibus como principal meio de descolamento dos brasileiros.
A pesquisa ouviu 2002 pessoas de 142 cidades e comparou as repostas dadas entre 2011 e 2014.
De acordo com o levantamento, o carro de passeio só aparece em terceiro lugar como principal meio de locomoção do brasileiro:
1º) Ônibus(considerando integrações com redes metroferroviárias) – 24%
2º) A pé – 22%
3º) Carro – 19%
4º) Motocicleta – 10%
5º) Ônibus/Van Fretamento – 9%
6º) Bicicleta – 7%
De acordo com a pesquisa, a maioria dos entrevistados disse que usa ônibus por ser a única opção de transporte e, sem seguida, por ser o meio de deslocamento com o preço mais razoável. Já entre os que se deslocam a pé, os principais motivos são porque é o meio mais rápido para o trajeto proposto e por ser saudável.
PIORA AVALIAÇÃO DO TRANSPORTE PÚBLICO:
Se o transporte público é o principal meio de deslocamento da população brasileira, de acordo com a pesquisa, nem sempre ele satisfaz plenamente ao que o passageiro quer. Por este motivo, são essenciais investimentos para que a qualidade dos serviços melhore e o tempo de trajeto no transporte público diminua. Corredores de ônibus e ampliação de linhas de metrô são apontados como soluções essenciais.
Segundo a pesquisa, piorou a avaliação dos passageiros em relação ao transporte público. Em 2011, 39% dos entrevistados achavam o transporte coletivo bom ou ótimo. Em 2014, este percentual caiu para 24%. Já o total de pessoas que consideram os serviços péssimos subiu de 16% em 2011 para 19% em 2014.
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“Os brasileiros de município com mais de 100 mil habitantes são os que mais mal avaliam o transporte público: 43% o consideram ruim ou péssimo. Esse percentual é menor conforme o tamanho do município, chegando a 35% em municípios com até 20 mil habitantes.” – diz o estudo.
MAIS TEMPO NOS DESLOCAMENTOS:
Ainda de acordo com o levantamento, aumentou o tempo de deslocamento dos brasileiros de uma forma geral.
Em 2011, 26% dos entrevistados disseram que gastavam mais uma hora para se deslocarem para atividades cotidianas, como estudo e trabalho. Em 2014, este percentual foi para 31%.
Sendo o transporte público o principal meio de locomoção do brasileiro, deveria ter mais prioridade no espaço urbano para ser mais rápido. Mas a realidade mostra que isso ainda não ocorre.
De acordo com o levantamento, quem está nos ônibus leva mais tempo para se deslocar: 22% dos passageiros de ônibus demoram mais de duas horas por dia, enquanto 9% dos usuários de carro gastam este tempo.
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Apesar de ser grande o percentual de pessoas a pé e de bicicleta que gastam menos de uma hora para se deslocar, a comparação com o ônibus e o carro fica prejudicada pelo fato de os trajetos serem diferentes. Normalmente quem vai a pé ou de bicicleta vai gastar pouco tempo mesmo por serem percursos bem menores, com exceções.
USO FREQUENTE DO TRANSPORTE PÚBLICO É AINDA MAIOR:
Se o ônibus corresponde a 24% dos deslocamentos diários, no caso de deslocamentos frequentes, que englobam todos os dias ou quase todos os dias, 46% dos brasileiros fazem uso do transporte público (incluindo os diferentes modais):
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O QUE FARIA COM QUE AS PESSOAS USASSEM TRANSPORTE PÚBLICO:
Entre as pessoas que dificilmente usam transporte público, a mudança de hábito, segundo a pesquisa, se daria com a solução de problemas de capilaridade e frequência. Ou seja, as pessoas querem linhas de ônibus mais abrangentes, com menores intervalos e mais confiabilidade. Para isso, apontam como soluções corredores de ônibus e maior oferta de veículos
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Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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