quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Mais de 60% dos veículos nos países desenvolvidos serão elétricos em 2030

Produção de ônibus elétricos já está consolidada no Brasil. Veículos estão mais modernos, mas, sem políticas para aquisição e operação, ônibus não poluentes são minoria nas frotas brasileira. Foto: Adamo BazaniProdução de ônibus elétricos já está consolidada no Brasil. Veículos estão mais modernos, mas, sem políticas para aquisição e operação, ônibus não poluentes são minoria nas frotas brasileira. Foto: Adamo Bazani

É o que aponta estudo da McKinsey & Co, em parceria com a Bloomberg New Energy Finance.
ADAMO BAZANI
Diário do TransporteOs ônibus e carros elétricos serão maioria nos países desenvolvidos a partir do ano de 2030.
A conclusão é de um estudo inédito da McKinsey & Co, feito em parceria com a Bloomberg New Energy Finance, que foi divulgado nesta terça-feira, 11 de outubro de 2016.
Segundo os técnicos que participaram do levantamento sobre a Mobilidade do Futuro, entre os motivos para este aumento de frota elétrica estão a busca por controlar as emissões veiculares, a necessidade de redução de custos com saúde pública e os incentivos para aquisição desses veículos movidos à eletricidade.
O avanço tecnológico para produção de ônibus e carros elétricos, além de baterias mais modernas e com custos menores, são outros fatores determinantes para a ampliação do total destes veículos não poluentes, aponta o estudo.
De acordo com levantamento, em 2010, o custo de uma bateria de lítio era de US$ 1 mil kilowatt-hora de energia armazenada. Em 2015, já estava 65% menor, cerca de US$ 350 por kilowatt-hora. Em 2025, o mesmo kilowatt-hora de energia terá custo em torno de US$ 100.
Já nos chamados países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, a realidade é bem diferente e os combustíveis fósseis em 2030 ainda corresponderão a mais de 75% da matriz energética de carros e ônibus.
Entre as causas para isso está a pouca importância dada pelos governos destes países às questões de Meio Ambiente e a renovação de Frota com maior tecnologia.
Com o incentivo, por exemplo, dado entre os anos de 2004 e 2014 aos veículos de passeio no Brasil, até mesmo com isenção ou redução do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados, seria possível criar uma política para renovação de frota do transporte coletivo nas cidades, ampliando o total de ônibus elétricos, ainda raros no País, apesar de haver fabricantes nacionais ou estrangeiros com plantas locais.
No caso dos ônibus elétricos no Brasil, são necessários mecanismos que obriguem de maneira compatível com a realidade a ampliação desta frota e que deixem estes veículos vantajosos do ponto de vista econômico e operacional para os frotistas, já que as vantagens ambientais e de redução de custos com saúde pública têm sido largamente comprovadas.
Há também a necessidade da criação de uma cultura entre os empresários de ônibus, tradicionalmente muito conservadores e pragmáticos no Brasil.
Em relação à tecnologia, existe um quadro bem heterogêneo entre os frotistas. Se por um lado, é consenso que o ônibus elétrico deve dar o mesmo lucro que o ônibus convencional a diesel, por outro, é bem verdade que enquanto existem alguns empresários que fazem testes destes veículos e tentam se abrir para novas tecnologias, outros logo reagem negativamente quando assunto é frota de ônibus não poluente e fazem verdadeiras bravatas.
Desta forma, mesmo se houvesse condições propícias para investimentos, muitos empresários de ônibus não consideram a possibilidade de ampliar ou renovar suas frotas com veículos não poluentes.
Estas reações negativas podem ocorrer por diversos motivos, como desconhecimento, falta de disposição para entender que empresário de ônibus também tem seu papel no meio ambiente e, até mesmo, interesse econômico. Há muitos donos de frotas de ônibus que também são revendedores dos tradicionais chassis ou então são proprietários de redes de postos de combustíveis.
Confira o estudo completo:

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