quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Ritmo tucano Lentidão e atraso são as marcas do Metrô de SP

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Não é mais novidade para quem utiliza diariamente o transporte público sobre trilhos a necessidade de ampliar. São Paulo não cabe no metrô do governador Geraldo Alckmin. O Metrô, a CPTM e monotrilho têm cada dia mais usuários que se apertam no deslocamento do dia a dia. Ir do trabalho para casa ou de casa para qualquer outro lugar se tornou uma procissão: longos períodos de estresse e de insegurança. Esse desgaste desnecessário poderia ser mitigado com mais expansão (novas estações) e manutenções adequadas (dos já existentes). No entanto, o que se vê é descaso com a segurança do usuário e nenhuma obra concluída dentro dos prazos previstos. Prazos não cumpridos virou um clássico quando o assunto é metrô em São Paulo. 

O secretário de transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, esteve nessa última quarta-feira (19/8), na Assembleia Legislativa, e fez a prestação de contas que foi realizada na Comissão de Assuntos Metropolitanos. Dentre as informações apresentadas, o secretário falou sobre um aumento de 26% de passageiros que utilizam o transporte público sobre trilhos, já tão lotado.

Os deputados do PT Carlos NederLuiz Turco e Alencar Santana questionaram o secretário sobre o atraso nas obras do Metrô, as razões de tanta lentidão e dos muitos prazos vencidos para conclusão das estações. Obras que eram para ser entregues em 2014 e 2015 foram adiadas para 2017, 2018, quando serão usadas na campanha tucana para o governo do Estado.

“São Paulo não deve ganhar nenhum quilômetro novo de metrô até 2017”

O deputado Carlos Neder exibiu uma reportagem de 11 minutos que foi ao ar no programa SPTV (Globo) no dia 27/05/2015, que denunciava diversos aspectos sobre o atraso, o descaso e a paralisação de obras do Metrô e dos monotrilhos. A reportagem mostrou estações com sinal de abandono e incompletas, com falta de funcionários trabalhando e retrocessos que chegam a 11 anos! Como é o caso da linha 4 do metrô (linha amarela), essa linha é recorde em demora (a obra teve início em 2004), a mesma deveria ter 12.8 quilômetros em operação e tem apenas 7.3 quilometro e, ainda, faltam mais quatro estações. (CLIQUE AQUI E ASSISTA) 

O deputado Alencar também questionou o secretário sobre a expansão da linha 13 de Bonsucesso (extensão da linha 2 –verde do Metrô) até Guarulhos. Bem como os problemas reais da paralisação das obras do monotrilho até a Cidade Tiradentes. O secretário novamente respondeu que se tratava de falta de recurso. E que não vê possibilidade de crescimento e continuidade em ambos os casos. 

Investimentos no metrô do governo federal 

Apesar dos 22 bilhões que o governo federal deu aval para financiamento, vale lembrar que foi o maior aporte da história que a cidade de São Paulo já teve, a única resposta do secretário Pelissioni era a falta de recurso. O atraso se dá em obras que já deveriam entrar em operação, pois já contam com recursos disponíveis, como é o caso da Linha 5 – Lilás, prometida para 2015.

Má fé Tucana 

O problema do Estado de São Paulo não é a falta de recurso e sim de capacidade de gestão. No período de 1999 a 2013, o governo estadual deixou de gastar R$ 17,57 bilhões, previstos no orçamento estadual, de acordo com dados do SIGEO, corrigidos pelo IGP-DI. Com esse montante daria para construir mais de 35 quilômetros de novas linhas. Somente em 2013, o governo estadual deixou de gastar R$ 1.785.989.536, que para construir mais 3 quilômetros de linha metroviária. 

Em 2010, havia uma resistência do governo do PSDB em apresentar projetos para metrô ao governo federal. Na primeira fase do PAC Mobilidade Urbana, conforme matéria do jornal O Estado de São Paulo, de 25 de abril de 2012, o Estado não apresentou projetos de metrô tradicional subterrâneo, por causa da associação com o governo estadual na colheita dos frutos eleitorais dessas obras. 

O governo paulista tem colocado seus interesses políticos e eleitoreiros à frente da população que necessita diariamente de transporte público com qualidade e segurança. 

Caso de polícia 

No momento final da prestação de contas, o secretário falou sobre o Rodoanel e afirmou que o problema da desapropriação era tão inviabilizante aos cofres públicos que deveria ser tratado como caso de polícia. O secretário se referiu à remoção e à desapropriação das famílias e dos comércios locais impactados pelas obras do Rodoanel, sem garantias reais, claras e transparentes. 

Para o secretário a prática em ressarcir as famílias desapropriadas “onera o Estado” e impossibilita o desenvolvimento. (PR)

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