quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Cada dólar investido em ciclovia gera uma economia de US$ 24, concluí estudo

Viatrolebus

17mar2013---ciclistas-que-circulam-pela-avenida-paulista-em-sao-paulo-neste-domingo-17-colocam-cartazes-nas-bicicletas-em-forma-de-protesto-contra-a-combinacao-de-bebidas-alcoolic
Incentivar o uso da bicicleta não é apenas dar uma outra opção para os deslocamentos. Propiciar as viagens através da bike ajuda na redução de gastos com saúde pública, poluição, além de claro reduzir os congestionamentos. Para os que gostam de comprovação em números ou em valores, a revista norte-americana científica Environmental Health Perspectives, do Instituto Nacional de Ciências de Saúde Ambiental, publicou um dado bem interessante: para cada dólar gasto com a construção de ciclovias segregadas, as cidades podem economizar até US$ 24 (R$ 62), graças à redução de custos com estes fatores discriminados acima.
“No momento em que a maioria das cidades está dominada pelos carros, é fácil justificar o dinheiro gasto com novas estradas como resposta à crescente utilização do automóvel, apesar dos impactos negativos que isso traz ao meio ambiente e à saúde das pessoas, agora e no futuro”, afirma Alexandra Macmillan, principal autora do estudo, da Universidade de Auckland, em entrevista ao site Co.Exist. “Nós queríamos explorar algumas escolhas políticas que são realistas, a preços acessíveis, transformadoras e saudáveis”, acrescenta.
No artigo “Os custos sociais e os benefícios da bicicleta: simulando os efeitos de políticas específicas a partir de sistemas de modelos dinâmicos”, seis pesquisadores estudaram a cidade de Auckland, a maior da Nova Zelândia, usando métodos da agência de transporte local para calcular índices indicativos de custo-benefício em dólares neozelandeses para diferentes investimentos em ciclovias.
Talvez o ponto mais importante que este estudo destacou foi em relação a saúde pública: “Em nossos pressupostos de modelos primários, os benefícios de todas as políticas de intervenção superam os danos, entre 6 até 24 vezes”, concluem os estudiosos. “Estima-se que essas mudanças trariam grandes benefícios para a saúde pública nas próximas décadas, em dezenas de dólares para cada dólar gasto em infraestrutura. Os maiores benefícios serão a redução da mortalidade por todas as causas”, afirmam.
Se você acha que o estudo foi feito muito longe de São Paulo, onde se discute o uso da bicicleta com um plano da prefeitura em construir 400 km de ciclovias, os pesquisadores acreditam que os princípios gerais se aplicam a outras cidades onde os carros dominam. “Auckland é muito semelhante em design e padrões de transporte de muitas cidades norte-americanas, por isso, esperamos que nossos resultados sejam relevantes também para outros lugares”, explica MacMillan. “Acredito que a maré esteja mudando, tanto na Nova Zelândia quanto em muitos outros países que têm negligenciado a bicicleta nas duas últimas décadas”, completa Alastair Woodward, co-autor do estudo.


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